terça-feira, 8 de novembro de 2011

RESENHA CRITICA SOBRE O FILME''DÁLIA NEGRA''

CRÍTICA: DÁLIA NEGRA - Se seu amigo saiu do cinema reclamando de “Dália Negra”, ou até se você leu alguma crítica falando mal do mesmo, não leve em conta essas opiniões e vá agora para o cinema ver a mais nova obra de Brian de Palma, eu garanto, você não vai se decepcionar e vai concordar comigo quando sair do cinema achando que viu um dos filmes mais completos do ano.
“Dália Negra” é um exemplo de um filme onde todas partes se completam, um ótimo roteiro, uma direção de arte de cair o queixo, uma fotografia esplendorosa, atuações fortes e uma direção que desde já é um dos melhores trabalhos do cineasta.
Adaptado do livro de James Ellroy, o mesmo de “Los Angeles Cidade Proibida”, o filme conta a história dos policiais Dwight “Bucky” Bieichert (Josh Hartnett) e Leland “Lee” Blanchard (Aaron Eckhart) na Los Angeles do final dos anos 40, onde depois de uma luta de boxe “armada” para angariar fundos, se tornam parceiros e entram em uma espiral emocional quando ficam à frente da investigação do assassinato da aspirante à atriz Elizabeth Short, apelidada pelos jornais da época pelo nome que dá título ao filme.
Na verdade o assassinato em si serve apenas de pano de fundo para a verdadeira história do filme, que mostra o sargento “Lee” e sua mulher (Scarlet Johansson) tentando fugir de um misterioso passado, enquanto isso “Bucky” tentando não cair em tentação pela mulher do parceiro ainda dá de encontro com a fatal Madeleine Linscott (Hillary Swank) que está enfiada até o pescoço em toda trama do filme.
Escrito por Josh Friedman, o roteiro é hábil em manter toda essa trama encaixada sem em nenhum momento a torná-la repetitiva, nada de personagens explicando nada, piscou perdeu, e o melhor, consegue criar personagens que em todos momentos andam na corda bamba entre o bem e o mal, ao melhor estilo noir, nada é o que parece e o mocinho tem que passar por todo tipo de provação para sobreviver, não só fisicamente, mas muito mais psicologicamente, até o fim do filme.
Mas os grandes nomes do filme com certeza são: Dante Ferreti, Vilmos Zsigmond e Brian de Palma, são esses três que colocam você diretamente dentro de um filme noir ao melhor estilo.
Dante Ferreti, o designer de produção, que entre outros fez ótimos trabalhos em “Cassino” e “O Aviador”, consegue captar perfeitamente todo clima, tanto da época quanto dos filme dela, tudo parece o mais natural possível, sem forçar nada, isso contando que a maioria da filmagem foi feita na Bulgária, obrigando a criação de todo clima de Los Angeles de 1947.
E tudo em cena ganha mais vida com a fotografia do mestre Vilmos Zsigmond, que mais uma vez dá um show (“Contatos Imediatos de Terceiro grau” é outro de uma série imensa de acertos), optando por um estilo quase contrário ao noir e suas sombras com vida, ele cria uma atmosfera meio como um foto amarelada, velha, gasta e ao mesmo tempo faz tudo brilhar, principalmente a atriz Scarlet Johanson, que ganha tratamento de estrela de filme da época, com uma iluminação que parece a perseguir, tornando-a mais linda ainda, tudo isso sem o impedir de fazer sombras brotarem da tela e deixar o mistério tomar conta de alguns momentos chaves do filme.
E o que falar de Brian de Palma, para quem é fã, como eu, fica difícil comentar, o cineasta continua assinando cada tomada de seus filmes, a qualquer hora do filme você consegue enxergar que aquilo é um filme dele, quem conhece seus filmes vai reconhecer várias seqüências e enquadramentos, aquela divisão do foco nos dois planos, a corrida em slow-motion, nesse caso em uma escadaria também, o assassino saindo das sombras, tudo puramente de Palma
A impressão é que ele tenta criar o noir como ele seria hoje, não contemporâneo, mas bebendo na fonte dos mestres do gênero para mostrar o que eles fariam em filme atual, sempre se preocupando em criar um clima de mistério que vai se acumulando, até você não agüentar mais e pedir pelo amor de deus para mostrar um desfecho, deixando sempre aquela impressão de que o personagem não está contando tudo que sabe, com certeza um filme para se ver e rever diversas vezes.
Agora, se mesmo depois de todo lobby que eu fiz, você ainda quiser ir pelo pensamento do seu amigo que não gostou, ou pelo crítico que achou o filme ruim, azar o seu, se eu fosse você eu iria, e pensando bem, acho que vou.


Título Original: The Black Dahlia
Gênero: Suspense
Duração: 121 min.
Ano: 2006 - EUA/Alemanha
Distribuidoras: Universal Pictures/Imagem Filmes
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Josh Friedman
http://www.cranik.com/dalianegra.html
ALUNO(A):Letícia alvino xavier
SERIE:1°''A''

Nenhum comentário:

Postar um comentário